Quais plantas escolher para estufas urbanas?

Por Guillaume Morel-Chevillet, ASTREDHOR Parceiro do projeto Interreg NEW GROOF

Este artigo resume essas trocas para definir a melhor cultura de acordo com as ambições e técnicas implantadas no projeto da estufa na cobertura. O site da GROOF também oferece explicações sobre os sistemas de cultivo: https://www.urbanfarminggreenhouse.eu/management-and-farming-systems

As plantas cultivadas em contexto urbano devem atender a vários critérios padrão, como o frescor do produto, a originalidade dos produtores periurbanos ou a qualidade do sabor. Mas o mais importante continua sendo a correspondência entre as plantas produzidas e a clientela-alvo.

Entre as gamas de plantas ideais para estufas de cobertura, eis algumas propostas que resultam da nossa análise:

• Microgreens: cultivados a partir de sementes, com colheita muito precoce (entre uma e duas semanas de cultivo) quando dois ou três níveis de folhas cresceram. Esta gama é específica para o mercado europeu de restaurantes, mas os produtores também podem ter como alvo uma clientela privada. Oferece excelente originalidade em relação aos produtos agrícolas convencionais. Os microgreens exigem um frescor muito alto e, portanto, devem ser comercializados rapidamente após a colheita, o que combina bem com a produção intraurbana. Essas plantas oferecem sabor real adicionado com, por exemplo, girassóis, ervilhas, rúcula ou manjericão. Para o produtor, os rendimentos e os altos preços de venda são oportunidades econômicas significativas.

Produção de Microgreens por Le Paysan Urbain em Marselha. Créditos G. Morel-Chevillet ASTREDHOR

• Aromáticos: tal como os microgreens, esta gama de plantas exige uma frescura perfeita. Os sistemas técnicos de produção permitem obter bons rendimentos para a produção de folhas frescas: manjericão, endro, etc. Estas gamas também podem ser dirigidas a populações urbanas com práticas culinárias específicas: coentro ou hortelã para os originários do Magrebe, erva-cidreira ou mostarda chinesa para populações originárias da Ásia, etc.
• Hortaliças: geralmente cultivadas a partir de plantas jovens, as hortaliças são as estrelas da agricultura urbana. No caso da produção em estufas de cobertura, a diferenciação dos produtos é a chave do sucesso. Legumes de pequeno porte colhidos antes do prazo (micro abobrinha, pimentão, etc.) são uma primeira estratégia de originalidade. A cor, como abacaxi ou tomate preto da Criméia, também pode ser diferente. A originalidade gustativa e os vegetais excepcionais são também eixos inovadores e diferenciadores para os agricultores urbanos com, por exemplo, Kiwano ou couve

Produção de pimentas em Lufa Farms em Montreal – Credit G.Morel-Chevillet ASTREDHOR

• Flores comestíveis: muito procuradas pelos chefs, constituem um mercado à parte para os agricultores urbanos. Em estufas de cobertura, também podemos produzir flores comestíveis. Podemos usar as plantas-mãe como fonte. Essas plantas-mãe podem vir de recipientes de substrato ou hidroponia. As gamas são vastas e ainda existem plantas originais para testar. A violeta, sálvia, borragem ou calêndula continua sendo o cultivo mais convencional.

Flores comestíveis na estação ASTREDHOR – Crédito G.Morel-Chevillet ASTREDHOR

• Plantas para uso farmacêutico, tintorial ou cosmético: Esta gama de plantas responde perfeitamente às necessidades urbanas, dirigidas a uma clientela específica, nomeadamente aos fabricantes. Mesmo que os requisitos de qualidade possam ser exigentes, há plantas para as quais as estufas de cobertura são bem adaptadas, como a “periwinkle” de Madagascar.
•   Plantas ornamentais: Os citadinos exigem a natureza na cidade (em varandas, terraços, pequenos jardins), e os centros de jardinagem são alvos de interesse dos agricultores urbanos. A produção de plantas em vasos é uma boa opção para direcionar os centros de jardinagem. Estas podem ser plantas adaptadas ao ar livre e às condições de rega episódica, e a família Crassulaceae é uma boa candidata. Mas também há mercado para plantas de interior porque a produção local é atualmente deficiente por lá. As estufas nos telhados poderiam eventualmente fornecer essas plantas para esverdear os apartamentos.

Produção de ornamentais no viveiro Desmartis – Créditos plataforma ASTREDHOR Sepale