Floração e polinização do cafeeiro

As plantas de café são autopolinizadoras, pois suas flores são hermafroditas. Eles não precisam de outro pé de café para produzir seus frutos. Este único fato pode explicar não haver um registro exato do papel e importância da polinização cruzada nesta cultura. Existe algum grau de polinização cruzada, pois os arbustos de café têm uma flor que produz néctar e pólen. Insetos, gravidade e vento certamente devem desempenhar um papel na polinização.

Também é importante ter em mente que o período de ântese da floração é bastante curto, durando cerca de três dias. Diz-se que o aroma fresco das flores só atrai as abelhas no primeiro dia.

Desenvolvimento de botões florais

1. Período de indução: dura aproximadamente um dia inteiro (13,5 h)
2. Crescimento e desenvolvimento dos botões florais (cerca de 45 dias): crescem lentamente até atingirem 5mm de comprimento.
3. Latência: param de crescer e entram em período de repouso.
4. Pré-antese: Uma mudança de temperatura quebra a latência e as flores começam a amadurecer. Isso pode levar de 20 a 30 dias.
5. Ântese: flores abertas. Isso dura apenas 3 dias.

*Diz-se que 10 mm de chuva ou rega são suficientes para iniciar o desenvolvimento do botão floral.

Botões de flores do período de indução

Crescimento e desenvolvimento de botões florais

O período de latência dos botões florais

Pré-antese (ruptura da latência)

Ântese (floração)

A ANACAFE Guatemala afirma que em Coffea Arábica [1] a eficácia da autofecundação varia de 91 a 96%. Assim, é importante perceber se os restantes 4 a 9% acreditados para polinização cruzada fazem alguma diferença. Os poucos estudos e observações que se têm feito sobre a polinização cruzada, têm demonstrado que este tipo de fertilização melhora o número de bagos, bem como o tamanho dos grãos de café que além disso registam uma concentração superior de açúcares que mais tarde se traduzirão em um melhor sabor na xícara. Ao promovermos a prática da agrofloresta, os agricultores terão um papel fundamental ao observar como a biodiversidade auxilia no desenvolvimento de suas plantações.

Referências

Smithsonian’s National Zoo & Conservation Institute, Ecological Benefits of Shade-Grown Coffee. https://nationalzoo.si.edu/migratory-birds/ecological-benefits-shade-grown-coffee

All About Coffee by William H. Ukers, 1935, Chapter XV: The botany of the Coffee Plant. P. 122-145 https://www.cluesheet.com/All-About-Coffee-XV.htm

Polinización del Café por Apis Mellifera L. y Otros Insectos en Costa Rica, F. Bobadilla, W. Ramírez B., 1991, Turrialba Vol. 41, No. 3, P.285-288 https://repositorio.catie.ac.cr/bitstream/handle/11554/10147/A0790e03-03.pdf?sequence=1&isAllowed=y

La Apicultura y el Café, una Combinación para Reducir los Efectos del Cambio Climático en la Región, Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura IICA, Costa Rica. https://www.iica.int/es/prensa/noticias/la-apicultura-y-el-cafe-una-combinacion-estrategica-para-reducir-los-efectos-del

• Guía Técnica de Caficultura, ANCAFÉ 2018, P.21.

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